17/09/2014
Pesquisas Eleitorais

Desde menino vejo e procuro entender as eleições brasileiras, com as mudanças realizadas por leis em décadas passadas. Lembro-me bem da apimentada campanha eleitoral dos anos 1960 disputando três concorrentes de grandes portes, cada qual com seu vice-presidente. Sem condições de votar, por ter apenas quatorze anos de idade, arranjava sobras de giz do colégio onde estudava, pintando o quadro negro da minha turma e, ao sair riscava postes enferrujados, com propaganda simples da minha dobradinha política ‘Jan-Jan’, ou seja: Jânio da Silva Quadros (UDN) e o vice João Belchior Marques Goulart (PSD). Algo impossível, na cabeça dos condutores dos maiores partidos políticos. Contudo, as urnas despejaram 48,27% para Jânio, o eleito vice fora Jango, abiscoitando apenas 36,1%, em tese, unindo os dois maiores partidos políticos daqueles tempos saudosos do Partido Social Democrático e a União Democrática Nacional! Pois bem, ainda hoje, não assimilo a impossibilidade de reunir no chapão o candidato escolhido para presidente de uma coligação e o vice de outra chapa. Mais tarde, a força da legislação eleitoral passou a impedir votos para presidente e vice de partidos ou coligações distintas. O porquê de tão radical modificação ainda é resistente ao povo, se orientado pela democracia pura.

Naqueles tempos de 1980, ainda não existiam as máquinas de votar, salvo algumas experiências duvidosas e inconsistentes, dez anos depois é que as primeiras urnas, em um esforço enorme, foram operacionalizadas as eletrônicas.  Marco histórico, somente em 1996, o Egrégio TSE consagrou a eletrônica brasileira passando a distribuir por todos os estados do país. A mais recente novidade nas eleições é o reconhecimento biométrico das digitais dos eleitores de grande parte do Brasil.

Polêmica ainda não consolidada são as pesquisas de intenções de votos, a começar originalmente com jornalistas palpiteiros plantando resultados parciais em jornal impresso de cada dia. Evidente que houve mais segurança e seriedade no registro de pesquisas nas eleições passadas, com exigências legais de: período da coleta de dados, números de entrevistas, margem de erros, nome da empresa ou entidade que contratou e, registro na justiça eleitoral. Entretanto, muitos ainda confundem pesquisas com enquetes informais que são lançadas em blogues e distribuídas nas redes sociais na internet, sem metodologia apropriada. O que é certo são as reclamações dos candidatos frustrados por não conseguirem se eleger e, também a maioria absoluta que, simploriamente reclama não ser escolhida e entrevistada na coleta dos dados!  
 

Autor:   Marcos Souto Maior, advogado e desembargador aposentado

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