15/10/2018
Parceria entre Jecrim e ONG Cidade Cristã vai financiar projeto de inclusão social em Sapé


O Juizado Especial Criminal de João Pessoa (Jecrim) vai, em parceria com a ONG Cidade Cristã, ajudar no financiamento do projeto de inclusão social da Escola de Artes de Sapé, que atende 102 alunos carentes em oficinas de música, teatro, artes manuais, pintura e balé clássico e moderno. O juiz Hermance Gomes Pereira, titular do Juizado, visitou a instituição de ensino para conhecer os trabalhos desenvolvidos e participar da inauguração da Biblioteca Osias Gomes, para a qual fez a doação de livros. 
 
O magistrado explicou que o Jecrim dispõe de uma verba que é originária das transações penais. Segundo ele, as pessoas que optam por não responder ao processo em crimes que são punidos com até dois anos de detenção podem fazer a transação e pagar uma quantia em dinheiro.
 
“O Conselho Nacional de Justiça e a Corregedoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba disciplinam como esse dinheiro deve ser utilizado. A determinação é que seja investido em prol da comunidade através de projetos que visem a ressocialização e a inclusão social de pessoas em situação de vulnerabilidade e outros grupos sociais que dele necessitem. Então, o Tribunal de Justiça da Paraíba, através do Jecrim, entra com parte do financiamento para essas atividades”, disse Hermance Gomes.
 
Poesia – Recebidos com a interpretação da poesia Última Vísio (Augusto dos Anjos), pelo jovem Nathan Victor, e logo depois com a música Bachiana nº 2 (Villa-Lobos), tocada pelo professor de música Romoaldo Batista dos Santos, o juiz Hermance Gomes e seu assessor Abelardo Maia ficaram admirados com o nível das oficinas oferecidas na Escola de Artes.
 
A oficina de Artes conta com alunos de idades que variam de 8 a 77 anos, todos trabalhando na mesma turma. Nela, eles têm oportunidade de aprender pinturas em tela, em tecidos, produzir caixas de madeira, suvenir, a exemplo de chaveiros, entre outras atividades.
 
Na oficina de Balé, os visitantes puderam apreciar a apresentação de dança clássica de crianças entre seis e sete anos e de dança moderna com duas adolescentes, cuja coreografia elas mesmas estavam construindo com a ajuda da professora responsável. 
 
A Escola Municipal de Artes de Sapé conta com o Programa de Inclusão através da Música e das Artes (Prima), que é gerido pelas Secretarias de Estado da Cultura e da Educação e possui como objetivo promover o acesso à educação musical de crianças e jovens que residem em áreas de vulnerabilidade social. As aulas do Prima acontecem pela manhã e nelas são oferecidas oficinas de violino, violoncelo, viola e percussão. 
 
“Achei o projeto sensacional. Nós vemos que ele começa, primeiro, inserido numa comunidade de muita vulnerabilidade, pobre e um pouco esquecida. Segundo, traz aulas de música, de teatro, de balé e de cinema. Tanto os instrumentos, quanto os instrutores são de muito bom nível. E, agora, estamos inaugurando a sua Biblioteca, ainda com poucos livros, mas, se Deus quiser, vai prosperar”, afirmou Hermance. E acrescentou: “O trabalho dessa ONG é magnífico”.
 
Parceria - A aproximação do Juízado Especial Criminal de João Pessoa com a ONG Cidade Cristã foi intermediada pelo secretário-executivo de Cultura de Sapé, Jairo Cézar Soares, que também é poeta e escritor. Ele relata que conheceu o magistrado numa visita que o juiz Hermance Gomes fez ao Museu Augusto dos Anjos em Sapé, considerado o principal ponto turístico e cartão-postal do município. 
 
“A partir da visita do juiz ao Museu, criamos uma amizade virtual através de Facebook e ele viu as postagens do trabalho do projeto de artes, que foi iniciado em 2015. Começamos a conversar, aproveitei e fiz uma solicitação de livros, pois nós temos um ideal de transformar Sapé em uma cidade leitora. Falei da ONG e o magistrado disse que existia a possibilidade de fazer a parceria entre o Jecrim e a entidade”, relatou Jairo Cézar, que é escritor, poeta, professor e roteirista de quadrinhos. 
 
Autor de obras literárias, a exemplo de Escrito no ônibus (2007) e Augusto dos Anjos em Quadrinhos (2014), Jairo César disse que há alguns anos trabalha com a formação de espaços de leitura, bibliotecas e pontes de leitura em escolas. “Temos mais de 25 escolas reformadas, todas com seu espaço de leitura. A nossa Escola de Artes também precisava desse espaço. Daí, solicitamos a aquisição de livros e, de pronto, fomos atendidos. Montamos uma biblioteca altamente qualificada, não só dos clássicos da literatura, mas, também, de livros voltados ao estudo da arte, já que temos aula de teatro, balé clássico, dança, música. Com os recursos foram comprados livros dessa área e,  hoje, podemos dizer que é uma das bibliotecas mais completas do município”.
 
Sobre a parceria entre o Jecrim e a ONG, que já está beneficiando a Escola de Artes, Jairo Cézar disse se tratar de um projeto de três braços: a Justiça, a ONG e a Prefeitura de Sapé, que vêm oportunizando a inclusão social de 102 pessoas de uma comunidade carente. Alguns desse alunos participam de mais de uma oficina.
 
Inclusão Social - A secretária de Administração do Município de Sapé, Maria das Graças Feliciano de Medeiros, falou sobre a dificuldade de se desenvolver arte e cultura e da necessidade de contar com a sensibilidade de entidades e instituições, para a formação de parcerias, e promover a inclusão social.
 
“O Município de Sapé tem uma parcela de jovens e crianças à margem da sociedade. São pessoas em situação de vulnerabilidade social. Por esta razão, procuramos fazer com que essas crianças tenham um futuro como artistas, tenham valores culturais. A gente está fazendo esse projeto com muita consciência, compromisso e bastante alegria. A visita do juiz Hermance Gomes me deixou muito contente, porque é um olhar de alguém que tem sensibilidade e está acreditando nesse projeto”, afirmou.
 
Outras parcerias – O Juizado Especial Criminal de João Pessoa vem proporcionando o desenvolvimento de vários projetos, a partir dos recursos das transações penais. Especificamente com música, o Jecrim fez a doação de vários instrumentos (guitarra, contrabaixo, bateria e teclado) para o Presídio Geraldo Beltrão e para o Presídio Feminino Júlia Maranhão, que desenvolvem projetos nessa área.
 
Na comunidade do Timbó, em João Pessoa, o Jecrim ajudou a formar um Conservatório, com três professores de música, além de ter doado, também, todos os instrumentos e materiais necessários ao seu regular funcionamento.
 
“Com relação aos demais convênios, nós temos um total de 15 parcerias envolvendo ações de assistência social aos idosos, ações de apoio à Casa da Criança com Câncer, ação de apoio nos presídios de uma forma que não seja só a música. Enfim, procuramos  diversificar e direcionar esses recursos de acordo com as determinações legais e as portarias do CNJ e da Corregedoria de Justiça”, finalizou o magistrado.
 
TJPB
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Assessora de Imprensa - Jaqueline Medeiros

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