23/04/2018
Projeto Castelo de Bonecas coordenado pela VEP ganha parceria do TCE e terá stand fixo no local


As bonecas confeccionadas pelas reeducandas do Centro de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão, na Capital paraibana, ganharam um stand fixo de exposição e vendas no Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), que se tornou parceiro do Projeto Castelo de Bonecas, coordenado pela Vara de Execução Penal (VEP) de João Pessoa. Na manhã desta sexta-feira (20), o projeto ressocializador foi apresentado no auditório do TCE, com a presença de representantes dos demais órgãos parceiros: Tribunal de Justiça da Paraíba, Associação das Esposas dos Magistrados e Magistradas da Paraíba (Aemp) e a Direção da penitenciária.
 
Ao abraçar o projeto, o presidente do TCE, conselheiro André Carlo Torres Pontes, afirmou que o Tribunal de Contas é uma instituição pública que busca, através da sua missão, interagir com a comunidade para atuar, também, em áreas sociais. Na ocasião, ofereceu o espaço para exposição permanente, a fim de que a renda seja garantida e o trabalho, continuado. O conselheiro lembrou que o órgão desenvolve eventos culturais, quinzenalmente, com alta circulação de pessoas.
 
“Nós é que agradecemos a oportunidade de participar deste projeto tão importante para a coletividade. É um trabalho de ressocialização e de profissionalização. Estas reeducandas, quando cumprirem suas penas, retornarão à sociedade e é muito importante que tenham um direcionamento de como conduzir a vida”, disse o conselheiro-presidente.
 
Na ocasião, a coordenadora do projeto, juíza Andréa Arcoverde Cavalcanti Vaz, auxiliar na Vara de Execução Penal da Capital, agradeceu a contribuição de todos com o Castelo de Bonecas, que, em maio, completará um ano. “Ao longo desse tempo, tivemos oportunidade de participar de várias exposições. O trabalho foi aperfeiçoado e vem sendo uma oportunidade de mostrar à sociedade que é possível desenvolver a ressocialização dentro das penitenciárias”, declarou a magistrada.
 
A juíza revelou que, quando começou a exercer o trabalho na VEP, fez a primeira visita à penitenciária feminina e viu algumas mulheres fazendo bonecas, mas em condições ruins de trabalho. Elas contavam apenas com uma máquina antiga. “Percebi que havia talento e esperança nas mulheres, então, comecei a sonhar em reformular o espaço e investir no projeto. Conseguimos adquirir máquinas, estruturar o local e, hoje, nove reeducandas estão trabalhando”, disse.
 
Os benefícios chegam às reeducandas por três vias, conforme explicou a magistrada. “Tem a profissionalização, visto que elas aprendem técnicas de corte e costura, assim como outros modelos de bonecas; a remição da pena, pois três dias trabalhados representam um dia de pena a menos; e a aquisição de recursos financeiros, na medida em que metade do valor da venda é depositado para elas em conta corrente. O restante é aplicado no próprio projeto”, esclareceu.
 
A presidente da Aemp, Ana Lúcia Alencar Pereira, também vem apoiando a ressocialização das reeducandas da Capital e, por meio da Associação, tem promovido a realização de cursos profissionalizantes no local, a exemplo do de compotas de doces. Ela afirmou que o trabalho executado nos projetos de ressocialização, a exemplo do Castelo de Bonecas, tem a essência do novo modelo de trabalho social da Aemp.
 
“Apoiamos iniciativas como esta, pois, mais do que doar, buscamos estimular mudanças de vida e de comportamento, com a reinserção social de forma humanizada e digna”, declarou Ana Lúcia.
 
O presidente do TJPB, desembargador Joás de Brito Pereira Filho, enalteceu a iniciativa. “Tivemos uma manhã diferenciada e maravilhosa. O objetivo de toda esta ação é mostrar às reeducandas que elas têm a oportunidade de outros caminhos. Ficamos felizes que o TCE tenha demonstrado todo carinho e atenção a este projeto, oferecendo o espaço para que seja divulgado, de forma permanente, o trabalha delas”, pontuou.
 
O projeto conta com o apoio do Tribunal de Justiça da Paraíba por meio de suporte financeiro disponibilizado pelo Juizado Especial Criminal da Capital (Jecrim), pelo 1ª Juizado Especial Misto de Mangabeira e pela Vara de Execução de Penas Alternativas (VEPA). Parte dos produtos confeccionados é destinada à doação para crianças carentes, outra parte é vendida nas exposições.
 
Projeto Vozes Passageiras – O evento também contou com a apresentação do Coral do TCE e do Coral Vozes Passageiras, este último, formado pelas reeducandas da Penitenciária Feminina Maria Júlia Maranhão.
 
O Projeto Vozes Passageiras, que já promovia um coral com algumas apenadas, passou a fornecer, também, cursos de música, voltados ao ensino de alguns instrumentos às participantes.
 
Atuam, de forma voluntária, o maestro Daniel Berg e o preparador vocal e servidor do Poder Judiciário estadual, Sérgio Gerarde, que ministram aulas de canto no Presídio Sílvio Porto e na Penitenciária Feminina. Nesta última, além da atividade do coral, ocorrem aulas de música com o maestro Alberto Tavares.
 
“É um projeto que contribui para a harmonia dentro do presídio. Além de representar aprendizado, lazer e descontração, ajuda a amenizar a dor de cada uma”, defendeu a juíza Andréa Arcoverde.
 
Homenagens à juíza-coordenadora – Durante o evento, o presidente do TCE, conselheiro André Carlo, prestou homenagens à juíza Andréa Arcoverde, que atuou no Tribunal de Contas, como a primeira estagiária da área jurídica, aprovada em concurso. Na ocasião, foram exibidas fotografias do tempo em que a juíza prestou serviços ao TCE. A magistrada também recebeu um buquê de flores.
 
“O TCE faz parte de mim, assim como o Castelo de Bonecas e os trabalhos na penitenciária fazem também”, declarou Andréa.
 
TJPB
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Assessora de Imprensa - Jaqueline Medeiros

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