18/03/2023
Helena Alves, primeira Juíza de Direito do Estado da Paraíba, completa 100 anos


Dona de uma história de vida baseada na resistência, a juíza aposentada Helena Alves de Sousa, primeira mulher a integrar a magistratura do Estado da Paraíba, é merecedora de todas as homenagens e, neste dia 19 de março, ainda mais, pela passagem dos seus 100 anos de vida.

A Associação dos Magistrados da Paraíba tem a honra de contar com esta mulher inspiradora em seu quadro associativo e não poderia deixar de parabenizar a magistrada que tem a determinação como o prumo de sua história. Destacou-se por sua luta e dignidade enquanto esteve prestando seus serviços judicantes.

Breve histórico – Helena Alves terminou o Curso Clássico no Lyceu Paraibano e esperou cinco anos pela criação da faculdade de Ciências Jurídicas da Paraíba, em 1951, quando se submeteu ao vestibular para o curso de Direito, frequentando a primeira turma do Curso.

Quando se inscreveu para o concurso de juiz de Direito da Paraíba, figurava como a única mulher a concorrer ao cargo. “Eu passei muitos anos sozinha como juíza. Foi uma luta para entrar, mas tudo que eu queria era ser juíza do meu estado”, disse a magistrada, em discurso que proferiu durante solenidade em sua homenagem, realizada pelo Tribunal de Justiça da Paraíba,  no ano de 2013.

Ela ingressou na magistratura em 1957. Sua primeira comarca foi Pilões, onde ficou um ano e seis meses. Logo depois foi criada a comarca de Cabedelo e ela foi transferida para comandar os trabalhos da Justiça naquela cidade portuária, tendo sido a escolhida entre sete candidatos.

Além da magistratura, Helena abraçou também a magistério. Quando era juíza de Cabedelo, juntamente com o desembargador Júlio Aurélio Moreira Coutinho (ex-presidente do TJPB), que na época era promotor daquela comarca, criaram o Colégio Estadual. Foi nomeada para a disciplina de português e também foi diretora do colégio.

Foi afastada do cargo de juíza pelo AI-5, quando estava na Comarca de Cabedelo, juntamente com nove juízes da Paraíba. “Eu nunca soube por que me afastaram da magistratura. Fiquei revoltada, sofri muito, mas Deus me reservou outros afazeres e me dei muito bem no magistério”, comentou durante o mesmo discurso já citado.

Durante os onze anos em que ela ficou sem atuar como juíza, Helena Alves se dedicou ao magistério, lecionando no Colégio Santa Júlia, a disciplina Organização Social e Politica do Brasil e Moral e Cívica. Quando veio a anistia, apenas quatro juízes paraibanos foram chamados para retornar ao trabalho e Helena estava entre eles. “Foi uma injustiça, chamaram apenas quatro dos nove que estavam afastados!”, desabafou.

Ao retornar a sua função na magistratura, a juíza Helena Alves de Souza foi designada para a comarca de Piancó, onde ficou pouco tempo, tendo sido promovida para a terceira entrância. “Foi aí que eu requeri minha aposentadoria. Eu estava decepcionada!”, frisou durante a homenagem recebida.

Em 2004, a juíza Helena também foi homenageada no Fórum eleitoral de Cabedelo, que recebeu seu nome. Em 2013, Helena teve mais uma vez a sua história reconhecida,  recebendo o título de cidadã cabedelense, o que, segundo ela, foi a realização de um sonho.

*Com informações da Ascom do TJPB

*Com informações do TJPB
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Assessora de Imprensa - Jaqueline Medeiros

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